«Eis um tratado sobre a escrita e a leitura e a servidão; sobre a pobreza e a sobrevivência; sobre o humano e o pré-humano. Eis um livro sobre o despojamento. O leitor deve esquecer os "lugares comuns da cultura", o sítio restrito do aquário; deve abandonar a ideia de narrativa e a ideia de clausura que lhe subjaz e entrar no rio que aqui se confunde com o mar (da escrita) abarcando a ideia da casa aberta e fechada, nada ficando a saber da sequência dos factos narrados; deve aprender a ver onde nos leva a escrita e, mais, aprender "a ver em cada corpo uma espessura própria".» Do Posfácio de José Augusto Mourão