«Repare-se que o texto começa como qualquer lenda das que se ouvem na infância dos indivíduos e dos povos - «nesse lugar havia uma mulher...» - mas pouco depois temos cortes na narrativa, risos, frases, inacabadas, a confusão de vozes e tipos de discurso. É suposto que as lendas contenham uma lição clara, mas aqui essa clareza é substituída pela «energia das imagens» que garante a perpetuação do secreto como potência transformadora. É na sua irredutibilidade à decifração que o texto se aproxima por vezes de imagens da tradição - o cavalo Pégaso, um verso de Fernando Pessoa, a alusão ao milagre das rosas ou às cantigas de amigo.» Do Posfácio de Silvina Rodrigues Lopes