Apenas alguns meses depois da morte de Filipe, o Belo, os conflitos, as intrigas, os ódios e a luta pelo poder ameaçam submergir a França numa instabilidade devastadora. O legado de 3 décadas de eficácia administrativa, económica e política escapou-se como água por entre as mãos de Luís X, que permitiu que a confrontação entre ministros burgueses e nobres conservadores se saldasse pela perda do domínio das províncias.
Estava-se no verão de 1315. De acordo com o cognome por que é conhecido na corte, Luís, o Teimoso, começou a regência com a obsessão de se livrar da mulher, Margarida de Borgonha, e de sentar a seu lado uma nova rainha. Com Margarida assassinada e a bela princesa Clemência, da casa de Anjou-Sicília a caminho, vinda de Nápoles, para se tornar rainha de França, Luís X parece preparado para assumir a responsabilidade pelo seu reinado.
No entanto, num alarde de grandeza, próprio de quem tem o poder, mas não a capacidade de o conservar, o rei envolve-se numa guerra absurda contra o conde da Flandres, enquanto o seu povo morre de fome.
No Mediterrâneo, as tormentas mergulham os pensamentos da futura rainha Clemência nos mais negros presságios. O veneno volta a correr nas veias de França, e nada parece poder evitar que venha a ameaçar a Coroa.