Privilégios e intolerância marcaram a imigração e a presença dos portugueses no Brasil. Este trabalho assinala o paradoxo político-jurídico que distinguiu os portugueses, desde o processo de emancipação frente a Portugal, tomado o ano de 1822 como ponto de ruptura, até ao fim do Estado Novo em 1945. A baliza de tempo abrange o Império e as primeiras décadas republicanas. Nesses 123 anos, as principais atitudes relativas aos imigrantes portugueses foram o favorecimento e a lusofobia. A opção metodológica pela análise em longa duração permite caracterizar este paradoxo. A investigação foi realizada a partir da consulta a textos de leis, portarias e tratados; documentação diplomática e outros acervos; e historiografia e estudos diversos. A obra chama atenção para o desenvolvimento de linguagem que invoca parentesco e afinidade familiar entre portugueses e brasileiros, por vezes identificados como povos consanguíneos.