Louys, um dos grandes vultos da literatura francesa do período simbolista, tem, ao lado duma obra branca, publicada em vida, uma outra a que poderemos chamar, por contraste, negra, toda ela póstuma e ainda hoje condenada. Poeta e prosador, é sobretudo conhecido pela primeira, de que se destacam La Femme et le Pantin, Trois filles de leur mere, Poetique, Pervigilium Mortis, bem como as celebradas Canções de Bilitis (Fora do Texto. 1990). Na sua «obra negra», que é um misto de perversa actividade lúdica centrada num
erotismo irónico e desbragado e de violento libelo contra a hipocrisia da "virtude", o Manual de Civilidade é sem favor nenhum uma das mais ferozes diatribes contra a moral sexual do seu tempo - e se calhar do nosso.
Tradução e prefácio de Júlio Henriques.