A Europa tem medo do seu futuro. A crise de emprego que atravessa os países do velho continente - em especial a França, mas não só - é a mais grave, desde os anos 30 do século XX. Multiplicando as situações de precaridade e de exclusão, ela põe já em perigo o próprio fundamento das nossas sociedades: a integração pelo trabalho. Para sair desta crise, diz-se, não haverá outra política que não seja a que está a ser seguida há mais de um decénio. Mas que é que se poderá pensar de uma política que nunca alcança os objectivos que busca? O desemprego é já mais alto do que em qualquer outro período da nossa história, os défices públicos são elevadíssimos. A construção europeia, em vez de se fazer, desfaz-se: o sistema monetário europeu deixou de ser um sistema de troca fixo, a perspectiva da moeda única distancia-se devido aos défices públicos. O franco forte, tal como outras moedas da Comunidade Europeia, tem acessos de fraqueza.
Estas opções, que obedeciam a uma certa racionalidade, parecem estar hoje confinadas ao dogmatismo. Se este debate é tabu, isso deve-se ao facto de o apresentarem como a oposição entre partidários de uma moeda forte e partidários de uma moeda fraca. O verdadeiro debate, pelo contrário, deveria incidir sobre os melhores meios de atingir o pleno emprego e uma moeda forte.
Este livro, a primeira grande síntese crítica acerca do tema, pretende demonstrar que, pelo contrário, é necessário e urgente proceder a tal debate. Sem querer estabelecer polémica, o autor quis pôr ao alcance do grande público os dados essenciais, os conceitos-chave do pensamento económico, que são, na maior parte das vezes, mal conhecidos ou ignorados.