"O mundo destes livros é por vezes grosseira, violento, mesquinho, reles, entorpecido, cambaleante, mas a sua força vem dessas feridas luminosas que arqueiam o texto nos momentos decisivos da sua miséria absoluta.
por outras palavras: esta escrita é sempre uma escrita que regressa da sua própria morte, isto é, do seu inominável reverso: a sua rouquidão, o seu delírio esgarçado, a sua gaguez, a sua impotência, a sua correria selvagem, o seu destempero(...). Mas os lugares em que esta escrita feroz nos ensina a soletrar todo o alfabeto da sua alegria são aqueles onde a interminável queda do amor o homem imagina como seriam os olhos da criança."
"Um dos mais importantes autores portugueses contemporâneos."
Eduardo Prado Coelho, in "A Noite do Mundo", 1988, e "Expresso", 6 de Dezembro de 1986.