"Eu não sou um analista isento, pela boa e dupla razão de não ser nem analista nem isento. Exibo-o até, às vezes, provocatoriamente; escancaro essa verdade no que escrevo; grito-o com todo o pulmão de que disponho. Não cavo esconderijos nem trincheiras. disparo em pé, à vista de quem olhar. E duvido que haja leitor a quem tal escape(...)
A maior parte das prosas, marcou-as o tempo a ferro quente. É inevitável em crónicas de intervenção. Algumas, porém, prendem-se a acontecimentos em que a carga conjuntural quase não pesa. outras ainda, são uma forma, que eu prezo, de contrabando: dissimular em actualidade algo que, de qualquer modo, eu pretendia escrever".
Em "O Leitor no Umbral", de Nuno Brederode Santos