"Tudo começa quando, no dia 31 de Agosto de 1898, Freud decide descansar um pouco nas costas no Adriático. Quando, em amena cavaqueira no carro de um amigo lhe quer descrever uns frescos (Fim do Mundo e Juízo Final) duma capela, na catedral de Orvieto, Freud não consegue lembrar-se do nome próprio do autor. Todavia, lembra-se com invulgar nitidez do auto-retrato do pintor (Luca Signorelli), nitidez essa que desaparece quando, passado um dia de insistentes e infrutíferas tentativas para se lembrar, alguém o consegue informar do nome e libertá-lo de tal tormento.
E é aqui que começa uma interessante teoria sobre o mecanismo do esquecimento. [...]"
(José Rosa, Brotéria, volume 137, Dezembro de 1993)