No seu histórico «Programa» da Exposição Etnográfica Portuguesa, de 1896, Adolfo Coelho inventariou o campo das tradições materiais e, reconhecida a circunstância de até então se terem os nossos etnógrafos principalmente debruçado sobre questões do folclore, tornou-se patente a urgência de, em moldes científicos, se estudarem a habitação, o vestuário, as formas e os instrumentos de trabalho, os meios de transporte, as belas-artes populares e as restantes manifestações da ergologia nacional.
Uma vez talhado o caminho faltava, porém, nas palavras Flávio Gonçalves, alguém que começasse a percorrê-lo a sério. A esta tarefa se entregou Rocha Peixoto, servindo-lhe a Portugália de órgão próprio, para onde foi persistentemente carreando boa parte dos frutos do seu aturado labor. Dotado de um método científico de nível europeu, e iniciador...