Um oportuníssimo número da “Revista de Comunicação e Linguagens”, dedicado às tendências da cultura contemporânea, organizado por José Augusto Bragança de Miranda e Eduardo Prado Coelho, ensaístas e docentes do Departamento de Ciências da Comunicação da Universidade Nova de Lisboa, que de há anos a esta parte têm vindo a abordar esta temática.
De facto, como diz JABM no seu artigo “A cultura como problema”, que inicia este volume, «Se há palavra obsessivamente empregada [hoje em dia] é a de “cultura” e seus derivados. De facto, é uma espécie de “universal” que entra em compostos de todo o género. Vivemos na época do “multiculturalismo”, mas também das “culturas locais”, da “McDonaldização da cultura” ou da sua “americanização”, sem esquecer a “cultura empresarial”, a “cultura política” ou a inefável “política cultural” dos estados contemporâneos.»
As novas tecnologias, a massificação da informação e a velocidade a que corre, novos conceitos como o da transversalidade, vieram alterar significativamente a forma de vermos o mundo. Por isso importa abordar as novas tendências da cultura, nas suas formas mais variadas, e para tal contribui este precioso volume com os seguintes artigos:
“A cultura como problema”, José Augusto Bragança de Miranda; “Onde estão os cultural studies”, Bill Schwarz; “O legado teórico dos cultural studies”, Stuart Hall; “Por que é tão difícil construir uma teoria crítica”, Boaventura Sousa Santos; “A desconstrução como movimento”, Eduardo Prado Coelho; “Sobre estéticas e atmosferas: questões em torno das teorias estéticas de Karl-Heinz Bohrer e Gernot Böhme”, José Manuel Santos; “Entre anjos e Cyborgs”, Ieda Tucherman; “Para além do desespero da ruína: breve périplo em direcção à cultura visual”, Jorge Leandro Rosas; “Aqui e agora: dimensões culturais da globalização”, Arjun Appadurai; “Teoria pós-colonial: uma abordagem sintética”, Cláudia Tavares; “Caliban 2000”, António Pinto Ribeiro; “Híbridos Culturais: impurezas e devires - Análise do conceito de híbrido enquanto representação da alteridade cultural”, Margarida Carvalho; “Do uso selvagem do sagrado: a religiosidade vagabundeante”, José Augusto Mourão; “Gramática do feminismo e da tecnociência”, Donna Haraway; “Ressuscitando o passado tecnológico”, Ekki Huhtamo; “Cibercultura ‘em construção’”, Jorge Martins Rosa; “A reflexividade na cultura contemporânea”, Maria Augusta Babo”; Presenças virtuais”, Raymond Bellour; “A histeria do corpo”, Maria Teresa Cruz, “Recusando o inumano”, Paul Gilroy; “Aspectos dos mecanismos de controlo e de explicação”, António Machuco Rosa; “A vanguarda como software”, Lev Manovich; “Ligação e interrupção”, Maria Lucília Marcos; “A caixa de Pandora: topografias da curiosidade”, Laura Mulvey.