O novo documento pontifício, publicado na sequência dos dois Sínodos (extraordinário e ordinário) sobre a Família, é sobretudo um convite a um «renovamento» da pastoral familiar católica. Nele, o papa Francisco «recontextualiza» a doutrina sobre o matrimónio e a família: recolhendo as reflexões doutrinais dos seus predecessores, o Pontífice enquadra-as numa leitura «inovadora» inspirada diretamente na Bíblia (AL, capítulos 1, 3 e 4). Duas chaves de leitura estão presentes: a necessidade de uma «mudança de linguagem» e de inculturação do querigma cristão; mas também a urgência de um discernimento que permita encontrar «caminhos possíveis de resposta a Deus e de crescimento no meio dos limites» (AL, n. 305).